Cansa-me
esta visão de Mundo, este acordar no plano terrestre que nos entrega de
súbito o falecer de sonhos. Restou-me a leitura, os sons não ouvidos e o
barulho repentino de tudo que é silêncio. Este meio a meio poético de
coisas sem sentido me faz vencer os dias e presenteia-me com uma doce
ilusão de sabedoria, ainda que insana. Torna-me, por consequência,
cauteloso quanto ao futuro, embora a cautela por vezes aborte as coisas
que estão por vir de forma tão clara ou em forma de vulto. Falta-me
quase sempre, e isso desde cedo, as palavras certas para definir a
prática de ser eu mesmo dentro do limite do olhar alheio. A gente bem
sabe que em algum momento precisamos do nosso eu mais íntimo, talvez até
esquecido à beira do destino por mão forte da futilidade. Mas quer
saber de uma outra coisa? Eu não teria certeza de absolutamente nada se
eu não duvidasse tanto de quase tudo que sinto e vejo.
Um ''tintim'' às minhas dúvidas que saboreio à seco!
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